terça-feira, 7 de agosto de 2012

Apenas uma leve reflexão, que estava pesando, sobre a humanidade.


Parece não haver esperança  

  Os últimos dias foram definitivos para que e qualquer esperança que ainda me restasse, fosse embora. Utopia, quando me falavam que toda essa história de mundo melhor, de pessoas vivendo em paz era apenas utopia, recusava-me a acreditar. Acho que estive errado, acreditei e sonhei o tempo todo com uma fantasia.
  
  Sabe... chego a me assustar com o que as pessoas se tornaram. O ódio inato que existe dentro delas, em algumas situações chega a assustar. Na primeira oportunidade que tem saem loucos, matando uns aos outros, tentando justificar suas ações. Como se a importância de uma vida pudesse ser medida.  
  
  Eu ainda tinha alguma esperança até a pouco tempo, mas vi que a grande maioria das pessoas são extremamente iguais, de formas diferentes, mas no fim sempre iguais. Fora tudo o que você escuta na rua, nas rápidas vezes que você passa pela televisão e até entre as pessoas que você conhece. Isso é realmente triste, ver tudo o que foi construído se transformando em nada. Lembrar de todos aqueles que morreram lutando, e saber que foi tudo em vão. Parece que todo o nosso passado não foi o bastante, queremos nos torturar ainda mais.
  
  Mesmo querendo negar para mim mesmo, no fim, acho que não há mais alternativas, seremos sempre os mesmos. As poucas pessoas diferentes que ainda existem, acabam sendo massacradas por todo esse universo de ódio, egoísmo, dor, ignorância... (e mais um monte de termos que não valem a pena serem citados). Eu tenho medo de estar me tornando uma delas, mesmo sabendo que nunca permitiria que isso acontecesse. Medo deles, medo de tudo. Talvez o contato com tudo isso tenha transformado a grande maioria deles. O contato com eles mesmos.
  
  A grande ironia: nós não sabemos viver em comunidade. Se a milhares de anos nos juntamos para garantir a sobrevivência. Hoje, viver nessa “comunidade” é estar com seus dias contados. Nós somos uma ameaça para nós mesmos e para todo o resto. Eu poderia falar mais, mas pensar nisso tudo faz mal, não só a mim, mas a qualquer um que tenha um mínimo de consciência, saiba o que esta acontecendo e o que vir a acontecer.
  
  Não sei... as vezes tento fugir, mas tudo parece estar completamente infestado. Chego a me sentir sufocado, realmente falta ar as vezes. É como estar ha muito tempo embaixo d’água, nadando incessantemente, usando de todas as suas forças para alcançar a superfície, esperando encontrar ar puro lá em cima, imaginando como seria preencher seus pulmões com ar limpo. Mas quando você finalmente chega, tudo que encontra é um ar totalmente poluído, que vai lhe matando aos poucos a cada vez que você respira. E o pior de tudo é quando você percebe que não tem mais para onde subir... 


"Por que as pessoas não podem simplesmente aprender a viver juntas em paz e harmonia?”
                                                    (Douglas Adams em “Guia do Mochileiro das Galáxias”)